TADEUSZ KANTOR
Neste sábado, 26 de setembro, fiquei a tarde toda imerso no universo de Tadeusz Kantor que está em exposição/instalação/evocação/instauração/pulsação [....] no sesc Consolação.
Entre obras, vultos, sombras, performances, morte-vida, vida, arte; vageio, transito vagarosamente por entre vozes/gritos/sons/imagens silenciosas.
Há uma energia pulsante que ecoa das camadas mais finas da concretude humana, a morte. É essencial e não transitório a força habitante na carne. Deixar fluir o belo, o sagrado. O que há na forma que deforma e delimita no espaço/tempo a visibilidade da alma. Fechar para abrir. Força estática. Pulso, impulso e parada. Sombra e luz. Vazio preenchido pelo silêncio. Mergulho.
"O Passado se torna facilmente uma sobrecarga. É preciso fechar implacavelmente suas etapas sucessivas, só guardar dele aquilo que, em uma situação nova, se transforma também, aquilo que modifica sua atualidade e isso de um modo inesperado." T. Kantor
" A imaginação começou a traduzir-se [....]
como um lugar no qual penetram objetos de
meu próprio passado em forma de
destroços e armadilhas, seja de fatos, de cartaz,
de pessoas, de endereços, de traços.
[....] Era um inventário desprovido de
cronologia, de hierarquia e de localização
[....] um estado fluente, um fluxo de atração
de todas as coisas menos esperadas." T.KANTOR
Performance
Atores do Centro de Pesquisa Teatral
Atriz Steffi Braucks
" É difícil definir definir a dimensão espacial da
lembrança. É lá o quarto de minha infância,
que eu disponho sempre ao mesmo tempo
que seus habitantes. Estes habitantes são
minha família. Ele repetem todos ao
infinito suas atividades, como se tivessem
sido impressos sobre uma placa fotográfica,
para a eternidade." T.KANTOR
"O essencial são as intersecções,
A criação são intersecções - sem elas não
há obra. Fictícias ou reais, animadas
ou inanimadas, é preciso fabricar suas
próprias intersecções..," G.DELEUZE
"Uma máquina nunca é simplesmente
técnica, mas também social. Ela envolve
homens, mulheres, ações, lugares, obras,
leis, rupturas, saberes, ignorâncias,
desejos... isso porque uma máquina
é desejo." DELEUZE GUATTARI
"Para criar e experimentar uma obra-
máquina assim não basta o gênio, é preciso
a decisão, a força, a coragem de se expor.
É mergulhar sem medo no desconhecido;
ainda que as pernas vacilem - saltar
no abismo. Abandonar um porto seguro
e se lançar no mar aberto, avançar em
noites profundas, em claro, em meio a
textos, pensamentos, tintas e fantasmas;
ultrapassando a preguiça, o saber e a
ignorância, rompendo todos os limites.
Ser livre por deliberação"














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