Sobre o Viver II

É necessário a busca constante, olhar a frente e seguir sem amarras. É preciso coragem, respirar fundo, apertar os passos e acreditar que sempre é possível quando arregaçamos as mangas. Claro que nesse caminhar é importante que tenhamos o olhar cuidadoso aos detalhes, as nuances, aos sabores e a cada gesto ofertado. Nem sempre damos conta de tudo, o que nos possibilita aprendizados constantes e a certeza de que por mais que o sol possa aquecer nossa pele ou que a brisa possa em nossa tez aliviar os momentos dolorosos tudo é passageiro. Entre o começo e o fim terá sempre o traçado da história, a caminhada incerteza, o recheio, as labaredas que permanecerão altas e constantes, alternando em faíscas e chamas. O que importa é o quanto mantemos de nós, a essência; o quanto não fomos devastados ou aprisionados por convenções que nos custe a liberdade.

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É necessário aprender sobre a morte, a necessidade que temos de esgotar-se e renovar-se constantemente. A mesma necessidade de viver é a que temos de morrer a cada noite. A cada solidão ou impotência. No leito, único momento que nossos medos estão adormecidos, depositamos nossos sonhos. A cada despertar levamos a certeza de que nada é real. Tudo é efêmero, transitório. A certeza do vazio e das pontes que construímos nas travessias dos nossos corações em busca de acessar o outro, o interior das coisas e de nós mesmos. (...) É tudo incerto e necessário. De que vale o circo se por trás da máscara do palhaço não habitar lágrimas e risos. Se não acreditar que na verdade arquitetada há vida. É preciso saltar.

Adrianno Rodrigues

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