Assim caminha a humanidade...

Fica cada dia mais insuportável lidar com as mazelas humanas, a real condição que o homem se encontra, é muito triste e mais que isso é extremamente chocante ver quantas coisas absurdas as pessoas cometem por ambição, inveja, e por motivos banais. É o ter dominando o ser. É o salve-se quem puder. Olho por olho, dente por dente.
Aconteceram tantas tragédias nestes últimos tempos que seria necessário ficar aqui o dia inteiro listando; a mais recente e que deixou as pessoas indignadas foi a do menino assassinado, supostamente, pelo pai e a madrasta. Um absurdo. A mídia sensacionalista usou e abusou do fato. Chega a dar nojo desses canais que fazem disso um espetáculo, onde aproveitam pra fazer do assunto uma oportunidade de marketing.  A desgraça como produto. Ridículo. Sempre o dinheiro. O tão cobiçado dinheiro. O menino foi assassinado pelo pai e de novo pela mídia. Afinal o valor em questão é o ter.
Na cidade maravilhosa, assim como em muitos outros lugares existem os mesmos problemas de sempre e a mesma exclusão cotidiana. Num lugar onde todos se misturam, onde supostamente existe uma certa democratização do uso do espaço. De fato é o que parece e até o que se sente. Acontece que vivemos numa sociedade velada. Numa pseudo democracia. Preconceitos, racismos e outras tantas intolerâncias veladas por de trás das máscaras sociais. Onde o pobre é marginalizado, o negro, o índio, a mulher e o diferente são vítimas de intolerâncias não declaradas, disfarçadas; o que é muito pior.
Quando fiquei sabendo do jovem encontrado morto nos fundos de uma creche no pavão-pavãozinho e de toda a manifestação e indignação da comunidade, o tiroteio, senti uma tristeza tão grande e mais ainda quando fui ver a notícia na internet. Muitos comentários horrorosos: julgamentos, classificações e tantos absurdos que vi; tratando a comunidade, as pessoas e até mesma a vítima como seres indignos e culpados de suas próprias desgraças. Fiquei perplexo com tanta gente equivocada e sem o menor respeito com a dor do outro. A questão dos problemas sociais são muito mais profundas e necessitam ser analisadas num todo. O buraco é mais em baixo, ou melhor é muito mais em cima. É preciso analisar toda a estrutura que forma, ou deforma, essa sociedade da qual fazemos parte. Existem muitas questões e interesses por trás disso tudo.

O jovem assassinado, assim como tantas outras vítimas desse sistema, era cheio de sonhos e desejos; assim como eu e tanta gente é e ainda acreditava numa vida de oportunidades e de mais amor. Sua história acabou da mesma maneira que acabou sua ficção. Morreu por sem quem era. Lamentável!




Adrianno Rodrigues



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