Interior.




Lá dentro, bem no fundo habita um mar de sonhos represados.
No peito cala-se as dores e adormece a vida em conta gotas.

Um Rosário nunca tocado.
Uma Prece.
Um Poema.
Uma Pausa.

Letras inventadas.

Uma Valsa.

Imagens e Sombras.
Dúvidas e certezas.
Um violão sem cordas.

Flautas a espera de um sopro. Simples. Doce. Afável.
De repente a Luz. Sem pressa, dança num bailar singelo.
Flores indiscretas brotam num canto.

Ecoa no vazio murmúrios, súplicas e sorrisos.
Esparrama-se num tecido outros aromas e sabores.
Duas taças de vinho. 
Um Beijo.


Adrianno Rodrigues






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